O animal deverá ser trazido para o CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) de Campo Grande, onde será avaliado.
Nesta quarta-feira (23), em coletiva de imprensa, o Secretário Adjunto da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Artur Falcette, falou que 12 policiais da PMA estavam na região onde ocorreu um ataque, acompanhados de um professor pesquisador de grandes mamíferos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
No local, foram colocadas armadilhas para a captura do animal. As armadilhas são feitas com um laço, uma espécie de corda, para facilitar o manuseio do animal após a captura, sem provocar estresse e machucados na onça.
“É muito importante capturar esse animal para preencher algumas lacunas, especialmente para entendermos quais os motivos que pode ter levado ele [onça] a demonstrar esse comportamento tão atípico”, explicou o Adjunto da Semadesc.
Ataque que matou caseiro foi atípico
Durante a entrevista coletiva, o Coronel José Carlos Rodrigues, pontuou que os ataques de onças não são comuns. Segundo ele, foi um comportamento atípico. “Não é um comportamento normal, não tem relato de ataque de animais na área e esse foi o primeiro e evitar futuros novos ataques”, afirmou o Coronel.
Outro destaque feito durante a coletiva de imprensa é em relação a ‘ceva’ – que consiste em alimentar onças para que turistas possam fotografar. Além de crime, a prática é extremamente perigosa, já que coloca em risco não só a vida do animal como a dos humanos.
As autoridades esclareceram que o pesqueiro onde ocorreu o ataque ao caseiro não será fechado, já que é uma propriedade particular. Porém, a orientação é que a população evite alimentar os animais.
Como o ataque ao caseiro repercutiu nacionalmente, diversas fotos e vídeos circulam pela internet. Por isso, essas imagens serão encaminhadas para perícia.
“Amanhã as câmeras de gravação do local, vídeos e fotos que mostram um pouco da lida do dia a dia desses animais seguirão para a perícia. Então, provavelmente nos próximos dias teremos os resultados da perícia”, finalizou Artur Falcette.
Possível dinâmica do ataque
A suspeita é de que a onça tenha aparecido na casa em que Jorge morava enquanto ele fazia café. O ataque teria ocorrido por volta das 5h30 de segunda-feira (21).
Amigos e parentes acreditam que Jorge se apavorou e tentou correr, mas foi cercado pelo animal no meio do deck que leva até as águas. Ali mesmo, a onça teria partido para cima do caseiro e arrastado seu corpo mata adentro, passando pelo rio.
Logo cedo, turistas foram até o local para comprar mel e se depararam com os vestígios no caminho. Muito sangue, vísceras e pegadas foram encontradas na área do ataque. “A onça comeu o caseiro”, comenta um dos populares em vídeo registrado pela manhã.
Após receber a denúncia, a Polícia Militar Ambiental deslocou um helicóptero até a área para tentar localizar o corpo e confirmar o ataque. As buscas foram encerradas após os restos mortais serem encontrados na manhã de terça-feira (22), um dia depois do desaparecimento do caseiro.